sábado, 3 de março de 2012

PT: ENTRE O BEM E O MAL E O FUTURO
Jacinto Júnior*

“Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso” (Berthold Brecht).

Sobre a questão interna do PT em Codó não posso deixar de emitir minha opinião diante das circunstancias e o momento conjuntural que vivencia o nosso grandioso Partido. A nossa luta em defesa da construção do PT incrustada na perspectiva histórica democrática, popular e socialista, forneceu a mim a possibilidade de acreditar profundamente nesse projeto político transformador e é por isso mesmo, que componho este ideário.
Nosso inferno astral iniciou com a entrada do Sr. Francisco Emílio Matos no PT na segunda metade da década de 1990. A princípio pensava que ele, de fato, fosse um verdadeiro Che Guevara codoense, no entanto, com o passar do tempo verifiquei que se tratava de um grande e miserável oportunista desejando tirar benesses pessoais com nossa Legenda.
A crise interna dura por mais de uma década por conta das artimanhas e patifarias articuladas por nosso detrator e algoz Francisco Emílio Matos. Ele, a priori, demonstra em seu discurso toda sua emblemática postura de um combatente irrepreensível e resoluto em defesa das causas sociais e políticas; porém, a prática o condena naturalmente por agir maliciosa e pragmaticamente. Ele conseguiu agregar em torno de si, internamente, um significativo numero de adeptos que se submetem aos seus planos diabólicos, maldosos, mentiras e trapaças sem questionar as conseqüências advindas de suas maluquices. A crise contínua, possui um caráter sistêmico, e é um fato concreto que precisa ser desvencilhada com muita habilidade para não destruir literalmente o Partido que, atualmente, se encontra agonizando. Isso não é bom para a imagem do Partido local, estadual e nacionalmente; a falta de sensibilidade e de responsabilidade por parte da parcela do Mal e podre (capitaneada pelo Sr. Francisco Emílio Matos e Cia), o clima é tenso e se caracteriza por uma cena de guerra infinita entre os defensores do Bem contra os do Mal. Não é possível a convivência normal com esses elementos viciados que pensam dominar o Partido como se o mesmo fosse uma propriedade particular. Não respeitam ninguém e não aceitam nenhuma crítica. Entretanto, é necessário que se estabeleça a crítica contundente e profunda apontando as mazelas engendradas pelo grupelho do Mal e, que, trouxeram um gigantesco prejuízo para o PT em nível de Projeto Político, credibilidade e confiança por parte da sociedade civil organizada, pois, nos últimos quatro anos foi instituído um processo de desmantelamento, desagregação e autodestruição da legenda tendo como epicentro o Sr. Francisco Emílio Matos, o representante maior do grupelho do Mal no PT. O perfil desse grupelho do Mal é muito visível. Todos falam pela mesma boca, e é impressionante a cara de pau que se manifesta em cada defensor ardoroso de seu guru e guia Francisco Emílio Matos. Na verdade, todos os seus adoradores criam que ele é uma santidade política inviolável e sedenta de bondade, de respeito e honestidade; pura ilusão! A transcendência política desse áureo articulador se manifestou em seu mandato parlamentar. Foi uma atuação fantástica, merecedora de um Oscar sem contestação, pelo desempenho brilhante principalmente nas cenas finais dos últimos dois anos de seu mandato. Foi uma verdadeira lição maquiavélica daquilo que não é permitido fazer. Se ele leu ou não esse clássico, mas, então, aplicou com mestria os princípios elucubrados por Maquiavel no Parlamento e, por conseqüência, perdeu o direito elementar do povo: a confiança e a credibilidade.
Mas, continuo afirmando: a crise existe, tem caráter sistêmico e é real. Diante disso, o que fazer? Recordo-me, então, da brochura de Lênin, O que Fazer? Tenho que expressar minha maior vontade: de ver o PT um dia livre dessa corja, desse maldito câncer que pululam nossas vidas incansavelmente; a nossa quietude foi dizimada e transformada em transtorno de toda ordem. Por conta da irresponsabilidade e da megalomania do Sr. Francisco Emílio Matos sofremos terríveis críticas oriundas da sociedade civil e de várias outras instituições e de cidadãos comuns; comentários da seguinte natureza: “todos são iguais”, “o PT se tornou um partido igual aos outros”, “a aliança com o Biné Figueiredo acabou com o PT”, “não acredito mais no PT de Codó”; tais manifestações populares denotam uma forte crença no Projeto Político de mudança estrutural do PT; contudo, a idéia que nos passam é que com o Emílio Matos no comando dificilmente o PT chegará a algum lugar ou a lugar nenhum. Diante dessa conjuntura é fundamental que o PT passe por um processo interno de mudança em todos os sentidos, particularmente, em relação às pseudolideranças. É impensável o PT hoje querer ser Projeto Alternativo em Codó nessas condições. As limitações já estão postas: primeiro, a questão do controle interno, ninguém deseja abdicar de sua fatia no bolo da Direção, muito menos deixar de querer ser a mais forte expressão pública no interior do PT e, ser reconhecida pela comunidade como tal; pois isto lhe dará ‘dividendos políticos’ (pressupõe-se isso), segundo, o PT não possui um nome de peso e, igualmente, de consenso que vislumbre a unidade interna e congregue a sociedade em torno desse nome com a perspectiva de vencer no futuro; terceiro, a questão do financiamento da Campanha, o nosso PT não tem nenhum filiado com capacidade financeira para ajudar nossa Campanha.
O PT É AINDA O PARTIDO DA MUDANÇA COM QUEM O CONTROLA?
Com toda serenidade, convicção e experiência política que detenho no Partido não será possível o PT conquistar o poder político local na perspectiva equivocada assumida pela turma do Mal. O modelo tático e estratégico imposto pela turma do Mal objetivando alçar o poder político tipo de “assalto aos céus” como ocorrera no período da Comuna de Paris (1.871) sob a ótica de Marx, isto, é impossível. Até mesmo por conta da experiência recente que não deu certo! (o PT aliou-se ao seu inimigo público número 1 Biné Figueiredo e o resultado foi uma catástrofe, uma tragédia sem precedente na história). É dessa lição que pretendemos estudar e avaliar melhor a conjuntura política local e seus desdobramentos efetivos. Traçar uma arquitetura visando apenas uma imediata benesse individual constitui um erro imperdoável e, por isso mesmo, não deve sequer ser cogitado, pois, os resultados serão apavorantes e irreparáveis politicamente.
Acredito que se não houver mudança de direção, de foco e de discurso, o PT em Codó permanecerá na obscura sombra do sistema e da elite dominante sem nunca ter condições concretas para articular sua independência, autonomia e emancipação diante da realidade e necessidade premente de alternância do poder típico de sociedades democráticas. Com efeito, a nossa posição é de converter em realidade o Projeto Político do PT em possibilidade real de conquista do poder numa aliança sem prejuízo para o conjunto do Partido; portanto, a saída é propor uma abertura para os setores progressistas visando à construção de proposta política que leve em consideração as aspirações populares. O PT sob a visão do grupelho do Mal não pensam na perspectiva de mudança profunda estrutural, mas, apenas, estabelecer acordos pontuais que os beneficiem. Essa conduta não trás nenhum proveito para o conjunto da sociedade que aspira uma cidade avançando em políticas públicas; mas, enquanto persistir a visão equivocada do grupelho do Mal no sentido de executar a política de São Francisco “é dando que se recebe”, dificilmente, a verdadeira concepção de política defendida pelo PT para Codó sobressaia.
O PT tem de se adequar a nova realidade, deve esquivar-se da velha prática condenável e deve esquecer as experiências derrotistas e partir para uma renovada concepção que estimule a inserção da sociedade e revele todo seu potencial político transformador. É impensável querer impor uma proposta sem ter feito o caminho natural e comum ao Partido: debater com a base o nosso Projeto Político alternativo. Creio que somente nessa perspectiva histórica (re) encontraremos a esperança e a utopia que alimenta nossa chama e queima nosso espírito republicano de querer acertar e realizar uma ação genuinamente simples e com grande impacto social, afetando diretamente o nosso povo. É assim, que penso o PT em nosso município.  Não o PT concebido pelas mentes doentes e frias, sem respaldo dos filiados e simpatizantes. Temos que eliminar/suprimir essa imagem negativa que o Partido carrega consigo devido à ação do grupelho do Mal. O PT precisa romper com esse ciclo doentio da subserviência e da servidão lastimável e se impor como um Partido com dirigentes à altura da tarefa histórica de reformular e reintegrar o cidadão em seu devido lugar: na arena social da emancipação cidadã.
Ao colocar na ordem do dia como se encontra o PT e de que forma ele vai se comportar daqui para frente e ao mesmo tempo fomentar uma discussão sobre a necessidade de os inconseqüentes membros do grupelho do Mal se colocar numa outra perspectiva e num outro modo de fazer a política com responsabilidade e compromisso deixando de lado a personificação e a mitologização do ‘eu’ enquanto persona non grata e que detém uma parcela de seguidores capazes de executarem sem questionar determinações do energúmeno Emílio Matos, ser vulgar e desprezível. Toda essa tragicômica situação em que se encontra o nosso grandioso PT tem um único culpado: Emílio Matos, sim, ele é o único responsável direto pela tragédia e pelo desmantelamento do PT. Ele é desagregador, mexeriqueiro, falso, sem ética.        
DA ILEGALIDADE PARA A LEGALIDADE E DA LEGALIDADE PARA A ILEGALIDADE ABSURDA E IMORAL
 O PT em Codó teve seu momento de crescimento e amadurecimento intelectual e político durante a sua primeira década de existência, onde predominava o clima de harmonia, solidariedade e respeito entre os filiados. Igualmente, tal agrupamento de pessoas já tinha como prioridade a ideia do PT se tornar uma alternativa no enfrentamento direto com os setores da burguesia conservadora participando dos processos eleitorais. Essa estratégia já vinha sendo trabalhada com o propósito de a sociedade perceber a importância do PT e de seu Projeto Político Alternativo. Claro que essa ideia foi elaborada com a perspectiva de médio e longo prazo.   Fora isso, o resto é somente tormenta, divisão, animosidade, intolerância e falta de respeito simbolizada pelo grupelho do Mal. O sentimento de unidade foi rompido com a vulgaridade e posicionamento do chefe do grupelho do Mal. Mas, o mais incrível de tudo isso, foi a situação gerada pela postura antiética, antipolítica do chefe do grupelho do Mal: colocar na clandestinidade o PT, ou seja, em pleno século 21, onde o espírito e a presença intensa da democracia e da liberdade reina em nosso país, o PT de Codó é posto em dissolução, agora, adivinhem quem foi o autor de tal peripécia: o Sr. Emílio Matos. Derrotado e humilhado no último PED-2009, criou uma situação fantasiosa que resultou na dissolução do PT e, agora, seremos obrigados a participar de um novo processo chamado PEDEX-2011 no dia 15.08.2011. Esse fato, sem dúvida, não será suficiente para aplainar a intensa divergência entre os filiados.
O que nos deixam envergonhados hoje é o nosso Partido ter se tornado um trampolim político para alguns oportunistas de primeira hora, que tentam, abertamente, convencer a sociedade de que são os “caras” “certinhos” e “bonzinhos”, são insuspeitos sob quaisquer prisma que queiramos medi-los. E, o mais engraçado de tudo isso, é que esse mesmo grupelho do Mal nos acusa de sermos os verdadeiros vilões e destruidores da legenda do PT (ou seja, o autor deste artigo e outros companheiros de bom siso e decência que não suportam o hálito e a temperatura elevada da maldade e da má fé impregnada no espírito desses representantes do Mal).
O nosso PT não pode ser tratado como uma mercadoria. Ele deve transitar com total isenção, transparência e independência politicamente falando. O nosso PT é um rubi de valor imensurável que não está posto à venda. Os representantes do Grupelho do Mal precisam entender esse processo e essa realidade. A nossa intenção é radicalizar uma posição de independência e autonomia nunca ser inferior ante as demais forças políticas e debater com as proposições de igual para igual. É dessa forma que o nosso PT ganhará respeito e notoriedade. Precisamos eliminar essa fase negra e elevar o nível de disputa numa perspectiva democrática.
Agora, superar o atual momento requer uma postura séria e comprometedora entre os membros de nosso Partido, relegando ao segundo plano o passado negativo e tortuoso que engendrou uma realidade extremamente perversa e danosa para a imagem do Partido e dos correspondentes lideres.
E O FUTURO, COMO FICA?
Repensar a nossa História e recompor a unidade interna exigirá de nós, PetisTas a capacidade e a sensibilidade para nos desarmarmos e, ao mesmo tempo, tentarmos reconstruir o dialogo aberto e franco sem queixumes de nenhuma espécie, para garantir o futuro primoroso do PT enquanto Partido de luta e de mudanças. Se não tivermos essa preocupação como prioridade, certamente, o PT permanecerá no estágio de decadência, desorganização e liquidação. Não sou defensor do discurso fatalista, entretanto, é primordial que saibamos combinar dois fatores determinantes para evitar por completo a destruição real do PT em nosso município: a unidade interna e o respeito à diferença de opinião. É muito visível e forte a fragilidade e inconsistência do PT ante a estúpida divergência interna que pode levá-lo à bancarrota. Para além da divergência deve prevalecer o bom senso objetivando garantir a integridade existencial do PT e deslocá-lo para uma escala maior. A idéia, portanto, é imprimir ou, melhor, construir um discurso de cunho político marcado pela presença irresistível da convivência na diferença.
Quando introduzo a questão do futuro do PT em Codó, inevitavelmente, questiono o seguinte raciocínio: o PT está preparado para as eleições de 2012? Quem será os nossos aliados? Ou, teremos uma candidatura própria? Estas e outras questões pertinentes devem ser objeto de discussão interna de forma democrática, sem a preocupação de impor as propostas sem antes submetê-las à apreciação do conjunto de filiados.
O futuro do PT dependerá, obviamente, de como trataremos a questão das alianças e, para além das mesmas! Entendo ser essencial a necessidade de estimularmos a construção teórica como fenômeno indispensável na perspectiva transformadora; levando-se em consideração alguns elementos vitais como:
ü  A unidade interna;
ü  O insofismável direito à discordância em relação à discussão seja ela em que nível for;
ü  Formação de Quadros Políticos com capacidade para elaborar propostas políticas teóricas ao Partido;
ü  Construção de Círculos de Estudos de Temáticas Específicas (Economia Política, Meio Ambiente, Emprego e Renda, Gênero, Racismo, Tecnologia, Educação, Movimentos Social e Sindical e etc.);
Partindo dessas premissas, certamente, o PT se reencontrará, contudo, se o conceito e/ou o juízo formado entre os militantes sobre si, não sofrer uma abrupta intervenção interna - de sujeito para sujeito -, reconhecendo seus equívocos e subordinando-se ao elemento mediador entre os sujeitos: o respeito e a dignidade, se, não existir isso, dificilmente, o PT se recobrará de seus defeitos e imersão política. Não é possível ampliar e fortalecer a identidade partidária sob a óptica da divisibilidade e desunião. Somente um partido coeso e unitário será capaz de avançar na organização e, principalmente, na conquista do poder político e implementar seu Projeto Político Alternativo de mudança estrutural local. É com espírito altaneiro e rebelde que romperemos as amarras do atraso e do conservadorismo político construído sob a égide burguesa, em que predomina as intenções de classe contra a classe trabalhadora. Esse deve ser o fundamento, a pedra de toque para a materialidade da revolução social sob a concepção da classe trabalhadora.
                      Codó, 27 fevereiro de 2012