terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A ‘PROFETISA’ E SEUS NOTÁVEIS EQUÍVOCOS: DA FALTA DE CONHECIMENTO DE CAUSA À PERMANENCIA AO SENSO COMUM
Jacinto Pereira Sousa Júnior*

Ao homem lhe foi concedido o livre arbítrio. No entanto, poucos são aqueles capazes de utilizá-lo de forma ponderável e racionalmente. O fato de o homem ter recebido o livre arbítrio não lhe dar o direito de emitir opinião descontextualizada, pois, se, assim, o fizer, estará ridicularizando a si mesmo. É preciso ter muita cautela para aferir uma argumentação no campo da ciência e cuja ressonância pressupõe uma inevitável conseqüência obsequiosa. Ao tempo em que tal sujeito articula seu discurso temerário a respeito de uma temática que, a priori, comporta-se como profundo conhecedor, na realidade, tal impressão é, por assim dizer, inepta e surreal.
Quando faço essa ponderação misturando as diversas categorias no campos da ciência social, em particular, uma sobressai: a dialética. É na dialética que encontramos os elementos constitutivos para propormos argumentos que sejam verdadeiros ou falsos. Quando o pretenso sujeito impõe a si e a outros sua formulação teórica e/ou seu conhecimento empírico de um determinado objeto deve, portanto, comprovar sua validade de modo que nos convença que tal objeto é passível de crítica e necessita urgentemente ser modificado/alterado.
Ao mergulhar de maneira não tão rigorosa no comentário feito pela profetisa (permita-me chamá-la assim, pois, a forma como descreveste a tua critica, só posso pressupor que vós tendes parentesco divinal)  a tudo que é publicado em blog’s, principalmente, no que tange ao campo educacional suas impressões são arrasadoras e extremamente pertinazes, e, por conta disso, tenho que aludir a essa figura uma azeda resposta.
Início, então, esse franco e aberto diálogo fazendo pequenas e necessárias intervenções sob o espectro das tragédias e epopéias surrealistas advindo daquela que desconhece a complexidade de uma determinada categoria. Posso então, declarar ineficiente e torpe a argumentação evocada pela profetisa sobre a reportagem cujo título é: “Notícia Boa: programa garante alfabetização de 100% em 90% das escolas de Codó”, postado no dia 15 de dezembro de 2012 no Blog do Acélio Trindade. Portanto, antes de entrar propriamente no cerne da questão, apresentarei na íntegra o emblemático comentário da profetisa acerca da informação:
GEEMPA???? 100 por cento de 90% das escolas, essa conta não bate. Esse professor de matemática é fraco, deve ter se formado nos cursos a distancia que foi implantado pelo MA e a Globo ou aquele de final de semana que existe na cidade. Se os 10% de escolas que faltam as turmas forem grande? Quantidade de alunos matriculado ninguém não sabe,formação dos professores idem, devia ser assim: Codó alfabetiza cerca de 80 por centro dos alunos do GEEMPA. Quantas escolas? 10%  das escolas. Quais escolas? Prestem conta corretamente. Codó é um referencial nacional? Acaba não mundão. Em pleno século XXI, programa para alfabetizar, e os outros anos o que os professores ensinaram? Cadê o Conselho tutelar, o Ministério Público, a Secretaria de Educação para fiscalizar a APRENDIZAGEM?  
Passemos aos fatos:
ü  A chamada faz referencia a um Convenio da Secretaria Municipal de Educação com o MEC, por intermédio do PAR – Plano de Ações Articuladas denominado Correção de Fluxo Escolar na Alfabetização, além disso, o MEC por sua vez, oferece ajuda financeira e pedagógica para a realização destas atividades e, no caso específico (alfabetização), o MEC contratou uma Instituição para prestar Assessoria a Codó e vários outros municípios do nosso Estado, com a identificada deficiência: o GEEMPA – Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia da Pesquisa e Ação, que aplica uma metodologia cognominada pós-construtivista.
ü  Em 2010, a Secretaria de Educação recebeu um telefonema da Drª. Professora Esther Pillar Grossi, uma renomada pensadora e respeitada internacionalmente por seu revolucionário método pedagógico, que tem promovido a celebração da cidadania de centenas e dezenas de milhares de pequeninos não apenas em nosso país, mas, também, em outros países latinos e africanos; dizendo que estaria em Codó para nos ajudar na tarefa de alfabetizar os nossos sedentos pequeninos e reduzir de forma significativa esses indicadores perversos (diga-se de passagem, não é privilégio somente de nossa cidade, e, sim, de 5.565 entes federados; uns com déficits em maior e outros em menor grau, mas, todos, indistintamente, possuem a mesma emblemática causa comum!
ü  Esse programa está sendo executado em nosso município desde 2010, nas escolas no contra turno. Na primeira etapa, tivemos 02 Coordenadores e 25 professores onde os dados apontam para a melhoria de 1.000 alunos alfabetizados (domínio da leitura, escrita e do cálculo).
ü  Em 2011, ampliou-se a quantidade para 66 alfabetizadores e, conseqüentemente, ampliou-se o número de turmas de 55 para 86 e, ainda, o quantitativo de alunos trabalhados na ordem de 900 e destes, 600 conseguiram alfabetizar-se. Aqui temos, portanto, o percentual entre aluno alfabetizado e não alfabetizado: se temos 900 alunos sendo trabalhados com a metodologia pós-construtivista num intervalo de seis meses, destes, 600 foram alfabetizados, então o percentual será assim definido aplicando-se o seguinte coeficiente: 600 : 900 = 0,666.... x 100 = 67%. No ano de 2011, portanto, foram alfabetizados 600 alunos; ficando 300 sem a notação alfabética, representando um percentual de 33%.
ü  Já em 2012, que é a matéria em discussão, vamos pontuar de forma seletiva toda a argumentação da profetisa estatisticamente, pois, a mesma tenta nos convencer de erros grosseiros e, diria até, ridículos.       
Primeiro ponto: o GEEMPA é uma instituição que existe no Brasil há 40 anos. Sua sede oficial está instalada no Rio Grande do Sul. É Coordenado pela Drª. Professora Esther Pillar Grossi. Entre seus colaboradores estão os ícones estudiosos do pós-construtivismo, Sara Pain e Gerard Vergnaud. A nossa surpresa é sabermos que a profetisa esteja exclamando por aquilo que nos é trivial, é uma pena. Nota-se aqui, o quanto a profetisa necessita de atualização!
Segundo ponto: ao afirmar que os índices apresentados é um horrendo erro, ainda tem a delicadeza de supor, aleatoriamente, que o informante é um profissional desqualificado que não soube aproveitar a oportunidade ao se formar numa instituição de nível superior e, num tom jocoso, a brilhante profetisa emaranhando-se em sua própria argumentação desfigurada, invoca uma lamentável passagem do governo Roseana Sarney na década de 1990, quando estabeleceu um convenio com a Rede Globo trazendo para o Maranhão o Telecurso 2º Grau e, finaliza sua prédica mordaz desmerecendo os Institutos que oferecem cursos nos fins de semana para os codoenses. Ante essa profunda compreensão racional da realidade socioeducacional, a profetisa incorre singularmente num atropelo critico; pois, os índices apresentados pela Secretaria de Educação não foi fornecido por esse profissional a que ela se refere, até porque, ele não existe, na verdade, ele é mero fruto de sua ingênua imaginação profética. Devo alertá-la de que para criar tabelas e fornecer os respectivos resultados tal atividade é construída por um profissional da área pedagógica, pois, quando fizeram seus cursos de Pedagogia, tiveram uma cadeira chamada Estatística Aplicada. Em relação aos 100% de 90%, mais adiante exporei um contraponto menos tenebroso, mais coerente e factível.
Terceiro ponto: a profetisa se aventura ainda mais, quando ousa interrogar o quantitativo de alunos matriculados, faz referencia a 10%, incluindo quantitativos de escolas, de turmas grandes, enfim, é uma confusão sem fim sua notação a-crítica. Contudo, serei parcimonioso e responderei sua inquietação fustigante. A priori, é preciso esclarecer à altíssima profetisa que, a quantidade de escolas envolvidas e a quantidade de alunos trabalhados serão apresentadas no meu argumento final; em relação ao percentual que a perturba, ele não tem sentido para nós dentro de sua concepção aritmética, portanto, ele é descartável. Não há necessidade de fantasiar e imaginar fatos irreais objetivando gerar um fato político que ganhe repercussão.
Quarto ponto: não satisfeita com sua magistral operação intelectual, focaliza um elemento que, para ela, é determinante. Circunscrita a um pedantismo infantilizado, tenta ridicularizar o município com chavões da seguinte magnitude “acaba não mundão”, numa clara referencia ao município pelo papel que desempenha antes, durante e depois de todos os processos desenvolvidos (participação nas Assessorias, desempenho nas apresentações de relatórios de forma criteriosa e outras atividades e etc.) a profetisa não possui e nem detém sensibilidade suficiente para entender a real importância de Codó nesse processo fundamental de inversão de prioridade. Lamento muito que permaneça na superficialidade da história e dos fatos históricos. Codó é um município carente, mas, paulatina e progressivamente está superando suas cíclicas crises educacionais.
Quinto ponto: e, finalmente, a profetisa com sua peculiar sagacidade e prestimosa preocupação questiona o Conselho Tutelar, o Ministério Público e a própria Secretaria de Educação para fiscalizar a política pública educacional.  É motivo de pilhéria essa argumentação. Desde 2009, o município vem desenvolvendo um esforço gigantesco para melhorar a qualidade do ensino e, ao mesmo tempo, promovendo a valorização dos profissionais do Magistério.  Outro elemento que ela introduz em sua argumentação a-crítica ao Sistema Municipal de Ensino é saber se ainda é necessário alfabetizar pessoas em pleno século XXI, ora, distinta profetisa, o processo ensino-aprendizagem é um evento contínuo, como deveria ser o vosso entendimento sobre essa categoria que, aparentemente, vós dominais com tamanha percepção e, lamentavelmente, demonstra total desleixo, imprecisão formal, incongruência teórica e superficialidade dos dados abordados. Para uma melhor compreensão objetiva dos dados serei complacente e vos aliviarei de tamanha inquietação intelectual ó profetisa; aprendei na humildade e vós sereis menos petulante; alicerçai vosso entendimento numa construção sólida sobre ciência educacional dedicando-se de corpo e alma à uma leitura critica e dialética e densa dos grandes mestres do objeto em questão, para poder mensurar equilibradamente uma argumentação de cunho cientifico.   

DO SURREALISMO PROFÉTICO AO REALISMO EDUCACIONAL CONCRETO

É inacreditável que uma equação tão simples produzisse tamanha confusão no intelecto da profetisa, e ela, por sua vez, viesse decantar sua versão de forma tão eufórica; sem, contudo, perceber que estava produzindo um argumento marcadamente inadequado e fora do contexto do objeto questionado. Parece-me que a profetisa tem uma queda para a irracionalidade dialética, pois, se considerarmos os elementos fundantes de sua loquaz argumentação constataremos de imediato, sua inconsistência. Vejamos, então, o epicentro desse argumento falacioso:
Argumento 1: a profetisa rejeita completamente o prognóstico apresentado pela Secretaria Municipal de Educação, afirmando que tais dados não representam a realidade no quesito alfabetização;
Argumento 2: a profetisa tenta estabelecer mecanismos coerentes para confirmar sua tese de que não houve alfabetização conforme os índices apresentados pela Secretaria Municipal de Educação;
Argumento 3: a profetisa questiona o elemento quantitativo de alunos e de escolas envolvidos no programa como se isso, fosse determinante;
Argumento 4: a profetisa insinua desconhecer os eventos no processo diagnosticados;
Argumento 5: a profetisa tenta desqualificar o município, reduzindo-o a mero coadjuvante no processo ensino-aprendizagem no programa Correção de Fluxo na Alfabetização Escolar, sob a Coordenação do MEC/GEEMPA.
Basicamente, são esses os argumentos que considero necessários para intervir em sua base conceitual argumentativa.
É bom refrescar a memória da profetisa, a respeito do quantitativo de unidades escolares que o município possui na zona urbana desde a Educação Infantil e Ensino Fundamental.
ü  Educação Infantil 11unidades escolares (entre Creche e Pré-escola);
ü  Ensino Fundamental 45 unidades escolares (1º ao 4º e do 5º ao 9º anos, respectivamente).
ü  Ora, ao todo são 56 unidades escolares na zona urbana.
Muito bem, chegamos ao ponto crucial: a confirmação dos dados fornecidos pela Secretaria de Educação que está sendo contestado pela poderosa profetisa de forma ardorosa.
Quando a Secretaria de Educação afirma que houve a alfabetização de 100% em 90% das escolas de Codó, é preciso, de um lado, explicitar a chamada elaborada pelo blogueiro Acélio Trindade que, talvez muito eufórico com os dados tenha construído tal chamada como um processo global (ou seja, o programa estivesse sendo aplicado em todas as unidades escolares, contudo, não é bem assim). Na verdade, o programa de Correção de Fluxo Escolar na Alfabetização MEC/GEEMPA, está evoluindo, crescendo ano-a-no. A ideia é, de fato, incorporar a metodologia geempiana no Sistema Municipal de Ensino.
Vejamos, então, porque o município de Codó chegou a 90% de atendimento das crianças trabalhadas com a metodologia pós-construtivista. As crianças são trabalhadas no contra turno das respectivas escolas que estão matriculadas. No ano de 2012, estiveram envolvidas no programa 25 escolas da rede municipal. Como temos o quantitativo em mãos podemos aplicar o coeficiente para encontrarmos o percentual mencionado acima da seguinte maneira: ora, se temos na zona urbana 56 unidades escolares e, destas, 25 participaram do Programa, então, teremos um percentual de 44,64% de escolas envolvidas. A quantidade de turmas formadas foram 44. Agora, em relação ao quantitativo de alunos alfabetizados, basta que conheçamos o número relativo (e, não o absoluto) dos alunos matriculados no Sistema que estiveram envolvidos no Programa; mediante isso, apresento-lhe o número de alunos: 797 (matricula inicial). Ora, se a informação fornecida pela Secretaria de Educação confirma que nesse processo houve uma significativa aprendizagem (domínio da escrita, leitura e do cálculo) atingindo 90% dos alunos envolvidos no programa, devo asseverar que, o quantitativo de 744 alunos (matricula final) é o aporte numérico que nos subsidiará na construção dos dados estatísticos para comprovar a afirmação de que houve um aproveitamento de aprendizagem dos alunos que representam 90%, das escolas participantes. A alfabetização, em termos percentuais (92,87%) e, numericamente, são 691 alunos dominando a escrita, a leitura e o calculo, e os (7,12%) representam 53 alunos que evadiram no decurso do semestre. Mas, o município não os esquecerá, serão novamente trabalhados na próxima etapa e, com certeza, terão maior aproveitamento e estarão fora das perversas e negativas estatísticas educacionais que assolam o nosso grande país. Repito esse ciclo endêmico não é privilégio somente de nossa Codó, ele é, sobretudo, um processo cultural que se arrasta por centenas de anos sob a orientação da classe dominante que sempre esteve no comando deste país e, se avaliarmos com maior profundidade essa realidade, reconhecer-se-á que tal prática é reproduzida em sua maioria em todos os entes federados. Não desejo entrar no caráter sociológico da questão.
Portanto, ó altíssima profetisa não havia necessidade em alardear um fato tão simples carregado de imperfeições – de vossa parte - e imprudência teórica, sem antes procurar a fonte e ter em mãos os dados coletados e, a partir deles, aferir algum tipo de argumento de caráter cientifico. É uma pena que tenhamos de esclarecer em pleno século XXI o óbvio para quem, de práxis, entende que não existe o processo permanente de alfabetização. Vejo, por conseguinte, a presença da contradição dessa crítica incoerente, tal contradição, por sua vez, não é a contradição dialética – aquela elaborada por Hegel e Marx -, ao contrario, é a ausência de dialética em sua crítica que origina uma argumentação sem sentido, obsoleta.  
Faço mais uma advertência: aprofunde-se na leitura de especialistas na temática, para poder aferir argumentos de maneira consubstanciada e mais calorosa; pois, sinto que não há uma maior compreensão de vossa parte dessa teoria. Inclusive é notório o nível vocabular construído em sua crítica. Nela é perceptível a superficialidade de seu conhecimento. Não é tarefa fácil construir conhecimento. É necessário dedicação, disposição, busca, pesquisa, reflexão, paciência para se inserir na dimensão de uma dada realidade e/ou fato e contextualizá-lo com rigor e, de tal modo, que produza os efeitos necessários associando os elementos fundamentais e nítidos dessa compreensão teórica articulada o tempo todo. Torna-se impraticável o debate profícuo quando uma das partes é completamente incapaz de promover uma discussão profunda da temática em questão sob a luz da dialética.
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*Jacinto Pereira Sousa Júnior. Professor, ex-secretário Municipal de Educação/Codó-MA.

EDELSON: EXEMPLO DE SERVIDOR E DE COMPROMISSO

EDELSON: EXEMPLO DE SERVIDOR E DE COMPROMISSO
Jacinto Pereira Sousa Júnior*
A concepção de compromisso, responsabilidade e excelência no trabalho em relação ao setor público, ao longo do tempo, vem sofrendo uma metamorfose no sentido inverso daquela que deveria ser na prática (servir o público com qualidade e respeito). Alimentar essa velha concepção decadente não constitui verdadeiramente o caminho primoroso que insta o verdadeiro objeto do serviço público para a comunidade.
Entretanto, o serviço público não é uma totalidade negativa e inferior, onde os servidores são iguais na/pela cultura da omissão e negação de sua força e eficácia. Existem – raríssimas exceções - no quadro funcional de servidores aqueles que caminham na contracorrente dessa velha concepção (retratada na omissão, na negação e indolência de suas atribuições) buscando irromper com o insólito circulo vicioso da não prestação do serviço com a devida qualidade e respeito. Entre esses que lutam com paixão, com vivacidade, com distinção e espírito republicano, valorizando a cultura do outro, cito, nominalmente, o servidor Edelson.  É da área educacional.
Edelson é um sujeito histórico extremamente perceptivo, de uma capacidade teórica bastante singular, não é exibido, constrói sua identidade pisando firme no solo, sem, contudo, resvalar no ridículo e na submissão; tem a exata noção da realidade social, mas, nem por isso, deixa transparecer sua indignação diante de um fato lesivo. Detentor de uma habilidade sonora invejável que, por sua vez, lhe permite disseminar o nível cultural que carrega em si.
Edelson é um exemplo típico de profissional dedicado, responsável e comprometido. Quer saber se o que estou afirmando é ou não uma verdade, basta dirigir-se ao Colégio Batista e interrogar a Diretora daquela Instituição para obter tal informação; além disso, procurar a direção da unidade escolar que atualmente está lotado: Remy Archer.
Lembro-me que tive um dialogo com ele na escola Remy Archer, numa bela tarde escaldante – porém, estávamos no interior da sala da direção, obviamente, refrescados pelo ar-refrigerado - conheci mais de perto seu perfil cultural e seu discurso manso e denso; e, a partir daquele momento nutri-lhe um profundo respeito. A verdadeira amizade entre sujeitos se estabelece e se solidificam não pelo valor econômico que simboliza poder, mas, sobretudo, pelo caráter ético impregnado em cada sujeito. Edelson é um homem ético!
Ao dialogar com ele percebi o quanto é capaz intelectualmente e, logo, tive que precisar de um profissional para ocupar a Coordenação do Programa Mais Educação que, naquela oportunidade, era conduzido pela profª. Graça  - que estava se afastando da Coordenação -, uma indicação do Prefeito Zito Rolim; então, o primeiro nome que veio à minha mente foi o de Edelson. Formulei o convite e ele prontamente aceitou. Trabalhou com total liberdade, solicitei apenas que ele executasse o Programa com toda maestria que lhe é peculiar. Valeu o esforço, o alunado está sendo beneficiado com diversas atividades!  
Gostaria de fazer uma notação quando tivemos nosso último diálogo - eu, enquanto Secretário e ele como Coordenador, tal dialogo ocorreu na sala da SEMED -, quando afirmei que um determinado servidor tinha ido ao Prefeito para reivindicar a Secretaria de Educação para si como recompensa pelo apoio na Campanha; você me afirmou que seu nome estava sendo ventilado, mas, você foi taxativo e disse: “eu jamais quero ser Secretario, inclusive, minha esposa não aceita”, mais uma vez, fui surpreendido por sua tenaz ética. Seria muito bom se todos os sujeitos possuíssem a mesma concepção e valor moral que tens na perspectiva de lutarem por uma sociedade menos desigual e mais equânime respeitando os espaços individuais de outros sujeitos. Lamentavelmente, vivemos e convivemos numa estrutura social marcada pelo discurso do capitalismo canibal, onde predomina a traição, o enredo, a cena insuspeita e a força misteriosa, associada à competitividade desmedida. Contudo, você supera esses elementos deformados e sobrevive dignamente sem precisar utilizar-se de qualquer um deles. Por isso, acredito firmemente que, a base fundamental de desenvolvimento intelectual do sujeito tem como pressuposto elementar a sua conduta e sua ética. Enquanto existir nas entranhas sociais aqueles sujeitos que negam esses valores essenciais para a formação cidadã, nunca atingiremos um nível de desenvolvimento intelectual decente e, nem tampouco, encontraremos as bases de uma relação sólida e sadia. Contudo, é bom fazer jus a seu comportamento, devo asseverar que atitudes tomadas com serenidade e de igual envergadura como tu promoveste, não apenas delega uma característica fundante, mas, sobretudo, o coloca numa posição privilegiada e de credibilidade. Assim o vejo, caro Edelson! Muito obrigado por tudo!   
Edelson, os mais valiosos valores que o homem deve preservar em suas entranhas é a solidariedade, o respeito, a ética, a decência e a humildade; expurguemos o máximo possível de nosso interior atitudes: vulgares, canhestras, abomináveis e covardes; o verdadeiro homem é aquele que consegue suportar todas as pressões com dignidade e honradez, sem se imiscuir de sua responsabilidade como cidadão independente e autônomo. Essa é, portanto, a verdadeira riqueza que o homem deve conservar em si para servir de exemplo à sociedade civil objetivando, dessa forma, a constituição dinâmica de uma cidade, forjada na beleza do amor e de um país profundamente democrático em que predomine o senso da justiça e o reconhecimento de quem, de fato, merece, e, paralelamente, edificando crianças e jovens com tais exemplos; para que, numa eqüidistância breve os valores morais tornem-se impostergáveis e suplante todos os vícios destruidores e corroídos pelo tempo histórico.
Edelson, o homem dinâmico. Múltiplo. Decente e ético. Parabéns!